Governo avalia que crise na Casa continuará após eventual manutenção do mandato
Caso peemedebista escape da cassação, cuja votação será na quarta, ele ainda enfrentará 3 processos por quebra de decoro no Senado
O Palácio do Planalto tem pressionado o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a se licenciar do cargo caso seja absolvido em plenário na quarta-feira. Nessa data, a Casa julgará, em votação e sessão secretas, o pedido de cassação de seu mandato aprovado pelo Conselho de Ética.A articulação pretende encerrar a crise que domina o Senado desde o fim de maio. Uma eventual absolvição de Renan não deve ser suficiente, já que ele ainda enfrentará mais três processos por quebra de decoro. Essa também é uma preocupação predominante na Casa, já que o desgaste da instituição afeta todos os seus integrantes.Discretamente, o ministro Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais) tem trabalhado com articuladores políticos do governo no Senado para salvar Renan. Walfrido avalia que o senador será absolvido por margem apertada.Nos bastidores, o ministro peemedebista Nelson Jobim (Defesa) tem sido um dos principais conselheiros do presidente do Senado, de quem é amigo. O ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) também tem atuado em favor de Renan. As ações de Jobim, Sarney e Walfrido visam preservar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.Oficialmente, a posição do governo é de neutralidade. Lula diz que não se intrometerá nos assuntos do Senado. Walfrido e o colega Tarso Genro (Justiça) negaram que o governo esteja atuando em favor de Renan. No entanto, há um trabalho de bastidor para ajudar o peemedebista a obter 8 votos entre os 12 senadores petistas e a conseguir apoio de oposicionistas do DEM e do PSDB. Para cassar Renan, são necessários 41 votos -há 81 senadores.
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