domingo, 9 de setembro de 2007

PLANALTO PRESSIONA RENAN A SAIR DO CARGO SE FOR ABSOLVIDO

Governo avalia que crise na Casa continuará após eventual manutenção do mandato
Caso peemedebista escape da cassação, cuja votação será na quarta, ele ainda enfrentará 3 processos por quebra de decoro no Senado
O Palácio do Planalto tem pressionado o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a se licenciar do cargo caso seja absolvido em plenário na quarta-feira. Nessa data, a Casa julgará, em votação e sessão secretas, o pedido de cassação de seu mandato aprovado pelo Conselho de Ética.A articulação pretende encerrar a crise que domina o Senado desde o fim de maio. Uma eventual absolvição de Renan não deve ser suficiente, já que ele ainda enfrentará mais três processos por quebra de decoro. Essa também é uma preocupação predominante na Casa, já que o desgaste da instituição afeta todos os seus integrantes.Discretamente, o ministro Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais) tem trabalhado com articuladores políticos do governo no Senado para salvar Renan. Walfrido avalia que o senador será absolvido por margem apertada.Nos bastidores, o ministro peemedebista Nelson Jobim (Defesa) tem sido um dos principais conselheiros do presidente do Senado, de quem é amigo. O ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) também tem atuado em favor de Renan. As ações de Jobim, Sarney e Walfrido visam preservar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.Oficialmente, a posição do governo é de neutralidade. Lula diz que não se intrometerá nos assuntos do Senado. Walfrido e o colega Tarso Genro (Justiça) negaram que o governo esteja atuando em favor de Renan. No entanto, há um trabalho de bastidor para ajudar o peemedebista a obter 8 votos entre os 12 senadores petistas e a conseguir apoio de oposicionistas do DEM e do PSDB. Para cassar Renan, são necessários 41 votos -há 81 senadores.

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