terça-feira, 14 de junho de 2016

A insensatez dos insensatos

Por incrível que pareça vivemos um momento singular em um pais acostumado a escândalos, baixo estima, concorrência desleal e principalmente o endeusamento dos “espertalhões”, onde é tido como inteligente aquele que se dá bem em determinada situação, mesmo que para isso outros venham a ser prejudicados.

Pois bem, ontem anoite foi exatamente isso que ocorreu na câmara dos deputados, uma semana após o governo interino declarar um rombo bilionário nas contas públicas causada pelo aparelhamento e pela administração irresponsável de Dilma Rousseff, ontem os nobres parlamentares aprovaram um aumento ao funcionalismo público que aumentará em mais 170 bilhões o déficit das contas públicas.

Registra-se que faço parte daqueles que defendem e são á favor de reajustes aos servidores e colaboradores públicos, acredito que um bom serviço, realizado por bons servidores se dá principalmente por boa remuneração.

Todavia, neste momento, onde um arremedo de governo tem como principal missão estancar a sangria aos cofres públicos, reabilitar a confiança do mercado, trazer sanidade á administração pública e principalmente trazer o pais do fundo do poço, precisamos ser mais realista que o rei! Ou melhor ser mais sérios e responsáveis.

Tirando os inúmeros tropeços na montagem do governo, agora o presidente interino conduz sua base parlamentar ao descalabro de criar uma casta nova na sociedade atual, á da aquela que além de ter estabilidade no emprego ainda ganha aumento.

Este meu argumento fica muito fácil de fundamentar com visto nos 11,4 milhões de brasileiros desempregados, nas milhares de convenções coletivas sem aumento ou até com redução de benefícios, as milhares de empresas falidas, os incontáveis micro empresários falidos por conta desta crise e da recessão herdada da quase ex presidenta.

Porém, os servidores públicos do legislativo, executivo e judiciário federal não vivenciaram este momento, estes ganharão aumento e alguns cargos que já recebem melhor que 80% da população irão receber um aumento muito maior que esses 80% da população receberam ou receberão este ano. Essa bondade (despesa) irá gerar uma despesa extra de 58 bilhões até 2019.

Só no ilustre e intocável poder judiciário haverá um impacto de 6,9 bilhões até 2019, o reajuste variará entre 16,5 e 41,47%, fora os inúmeros benefícios e penduricalhos que não caem nessa conta, fora os apadrinhamentos e indicações que nosso poder judiciário ainda faz, interferindo e participando diretamente dos poderes legislativo e judiciário.

Portanto população que não recebeu aumento este ano não reclame da crise e TRABALHE, trabalhe ainda mais, porque essa conta NÓS é que iremos pagar o pato! Quanto ao nosso dinheiro trabalharemos (se ainda estivermos empregados) e no fim do mês rapidamente diremos á ele “Tchau Querido”.

** Eduardo Assis

Bacharel em direito, analista de comercio exterior, líder comunitário e Presidente Estadual da JPS.

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