Florianópolis
Por Cesar Valente
15 de dezembro de 2009
Estavam cobertos de razão aqueles que começaram a festejar assim que, mais ou menos por acaso (depois de três ou quatro desistências), o recurso contra as decisões do juiz Fornerolli caiu nas mãos do desembargador Carlos Prudêncio.
A festa no apê irá até a madrugada. O contrato milionário foi mantido, o sobrepreço indecente foi mantido, as suspeitas de mão no baleiro foram mantidas. Os pobres habitantes da beira-mar norte terão suas noites sacudidas pelo som brega e estridente. Vai ter bundalelê, com certeza.
O povo de Florianópolis dançou. Marchou com alguns milhões, que agora, graças à providencial intervenção do desembargador, chegarão às mãos de onde nunca deveriam ter saído: a dupla Dário & Mário, que a esta altura deve estar com o sorriso de orelha a orelha, taças de champanhe na mão e nas caixas de som, a todo volume, Bruno & Marrone ou um daqueles sertanejos universitários de preferência do prefeito.
Ainda que o desembargador diga que os valores podem ser recuperados depois, com a capacidade ilimitada de protelar as ações, o cidadão estupefato custa a crer que isso possa ocorrer.
Cavallazi, com certeza, voltará a mentir, respaldado pelo Tribunal de Justiça. E, tal e qual todo personagem indigesto, em algum momento dirá, cheio de razão: “vocês vão ter que me engolir”. Claro, afinal, pelo jeito a cidade é mesmo deles.
Só espero que o MPSC, que marcou um gol de placa com a investigação sobre o vice, não amarele justo agora. E que o TCE, que finalmente mostrou a que veio, não se deixe intimidar pela pressão que seus conselheiros políticos certamente receberão e exercerão.
O desembargador Carlos Prudêncio patrocinou um duro golpe no Natal daqueles que amam Florianópolis e a verdade. Só espero que tenha feito isso amparado em firmes convicções, porque esta história irá parar, com certeza, no Conselho Nacional de Justiça. O bom e ordeiro povo de Florianópolis não merece que tudo fique como está.
EM TEMPO
Advogados que lêem a coluna me avisam que os pagamentos ainda estão suspensos em função da decisão do Tribunal de Contas do Estado. A empresa Palco Sul continua impedida de receber e a Prefeitura de pagar os valores ainda pendentes. A decisão do desembargador teria efeito apenas sobre as liminares em exame.
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