quarta-feira, 26 de agosto de 2009

ARTIGO

Sei que a retórica é um poço de espaços que, vez por outra, parece instrumento de veleidades de extrema indefinição, mas é ao mesmo tempo sinônimo de salvação de incautos e inadimplentes com a própria vida.

Com o maior fervor e explícita boa vontade alguns magistrados latinos, em consonância com a Organização das Nações Unidas, concluíram através da “Declaração do Porto” – Portugal, julho 2009 – que “não deve sacrificar-se a saúde pública à segurança pública”, devendo sim favorecer-se “o acesso universal ao tratamento da toxicodependência como um dos melhores meios para reduzir o mercado ilegal de drogas”.
Como carta aberta está ótima, seu conteúdo é crítico jurídico mas (sempre este mas) o indelével disfarce do tráfico, o infeliz caminho dos drogados, o resultado econômico financeiro, o estupro, o assalto, o sequestro, o tráfico de armas e o meu e o seu insubstituível direito de viver não combinam com o simplista e apoteótico ideário de saúde pública e estamos conversados.
O consumo de drogas, quer drogados e ou usuários, é um tipo de vírus crônico que afronta a ciência médica que não consegue o receituário d’alma com gotas de auto-estima e comprimidos do querer.
A palavra premiada é “limite”, simples e de extrema eficiência em que a família, o estado e a sociedade podem e devem torná-la universal, nacional e municipal.
Não aguento mais conferências, debates e devaneios.
Os caminhos para um futuro melhor por parte dos drogados é o querer e a conscientização – consciência agregada a ação – e para os traficantes a solução é o canhão.

Carlos Ely
Secretário de Segurança do Cidadão
Itajaí/SC

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