Vereadora do PPS afirma que partido "tem como meta conquistar identidade" e disputará eleição "com candidatura própria"DEM analisa que a coligação atrairia eleitor identificado com temas como juventude; tucanos já fizeram aliança com PPS na eleição de 2006
Em nova demonstração de que deverão concorrer separados à Prefeitura de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM) e Geraldo Alckmin (PSDB) travam nos bastidores uma disputa para ter a vereadora e também pré-candidata Soninha Francine (PPS) como candidata a vice.
Caso não haja uma aliança com o PSDB, parceiro preferencial dos democratas, Kassab intensificará as já iniciadas negociações para ver a ex-petista em sua chapa.
O tucano Geraldo Alckmin, no entanto, também conversa com o PPS e não apresenta restrições ao nome da vereadora.O assédio, segundo Soninha, não será suficiente para fazê-la desistir do projeto de ocupar uma cabeça de chapa na disputa pela prefeitura. "Eu estou em um partido que me procurou com a meta de conquistar uma identidade própria, que vai disputar a eleição com candidatura própria", disse.O deputado federal Arnaldo Jardim, principal líder do PPS no Estado, admite o assédio de Kassab e Alckmin. "Os dois estão cortejando a Soninha como vice, mas a tendência do partido é seguir com a candidatura própria", afirmou ele.
No cálculo dos democratas, a aliança com o PPS e com a vereadora seria importante para melhorar a inserção de Kassab em uma parcela do eleitorado historicamente identificada a temas "petistas" e "tucanos", como a questão da juventude.
Com ou sem o deputado federal Paulo Maluf (PP) na disputa, o entorno de Kassab avalia que o prefeito não terá dificuldade em atrair o "voto conservador" nesta eleição.Raciocínio semelhante faz o grupo ligado ao ex-governador Alckmin, que também negocia a vice com o PMDB e o PTB, mas tem uma relação próxima e duradoura com Jardim.
Divergências
Soninha, jornalista, colunista da Folha e apresentadora de TV, se elegeu pela primeira vez em 2004, então no PT de Marta Suplicy, e tinha como principais bandeiras de campanha a defesa dos jovens, da cultura e do meio ambiente.No ano passado, ela deixou o PT por alegar divergências programáticas e ideológicas com o partido e sua bancada na Câmara Municipal.
Desde então, o diretório paulistano da sigla pede à Justiça a vaga de Soninha na Casa.Segundo os petistas, a vereadora contrariou as determinações da bancada e se aproximou da base de apoio do ex-prefeito José Serra (hoje governador) e de Kassab, que era vice do tucano.
A vereadora afirma ser quase impossível integrar uma chapa com o DEM, antigo PFL. "Não tenho uma postura como a do antigo PT, que não se mistura com ninguém. O Kassab faz uma administração que tem qualidades, mas não dá para o PPS entrar em uma coligação com o Democratas", disse.Nesse sentido, ela estaria mais próxima do PSDB. Em 2006, na mais recente vitória de Serra em São Paulo, o partido de Jardim e do deputado federal Roberto Freire (PE) integrou a aliança que derrotou Aloizio Mercadante (PT).
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