quarta-feira, 19 de março de 2008

ARTIGO

"A FÁBULA CATARINENSE: O TOCADOR DE CÍTARA"


“Acompanhando a si mesmo com uma cítara, um cantor medíocre vivia cantando entre quatro paredes. Ouvindo o eco, achou sua voz muito bela. Ficou tão vaidoso que achou ter sido feito para o teatro. Mas, uma vez em cena, cantou tão mal que foi expulso a pedradas.”
Esopo

Esopo foi um personagem quase mítico do século VI a.C., suas fábulas são conhecidas por mais de dois mil anos, principalmente por transmitirem lições de moral. Mas, o que tem a ver a fábula de Esopo, em especial “O tocador de cítara”, com a realidade do estado catarinense no século XXI?
O poder público que se julga eleito para governar Por Toda a Santa Catarina produz inúmeras notas musicais. Porém, grande parte delas um tanto sem ritmo, que em nada contribuem para uma harmonia nas resposta aos problemas no estado.
Nossa terra e nossa gente diariamente vislumbram um governo que realmente se vê como um vaidoso e brilhante tocador de cítara realmente feito para os teatros, se vocês me entendem. Diversos movimentos que eclodem pelo estado mostram o quão néscio é o nosso governo. Pois, os hospitais da grande Florianópolis recebem diariamente ônibus de viagem com pessoas com destino não de turismo, mas, com a esperança de cura; professores exigem seu espaço de trabalho e reconhecimento profissional, não com bônus feito vídeo-game, mas com um respeitável salário. O que recebem como resposta: um projeto de lei que coíbe a violência e ainda por cima são ameaçados pelo próprio governo a terem seu mísero recebimento cortado para a contratação de professores temporários e os hospitais, uma lista de corruptos que vão se tornar lendas.
Pois é, uma pena que não existam nomes de responsabilidade para expulsar a pedradas os tocadores medíocres e fazer o estado a voltar a sorrir....

Por Carina Sartori*


*Graduanda em história pela UFSC e Secretária Geral da JPS/SC

Um comentário:

Anônimo disse...

Realmente as fábulas pouco apaixonantes deste governo produzem uma bolha na coerência e no senso crítico de algumas lideranças, ou de que a população está satisfeita com os serviços públicos que carecem de investimentos, a manutenção a qualquer custo de uma aliança que provou-se apenas ser vantajosa para uns poucos que aplaudem o desafinado tocador da cítara como se dele viesse os mais belos sons, ao final surdos pelo clamor da ética e dos princípios que outrora tanto defenderam!