terça-feira, 28 de julho de 2009

Coluna Pelo Estado

Mais do que planos, explicações

A geléia geral que resultou dos partidos políticos, no processo de cristalização da tal governabilidade à moda brasileira, terá alto custo nas eleições ano que vem. Vai exigir muita paciência do eleitor que ainda estiver interessado em quesitos como identidade e coerência. E até daqueles que estiverem apenas interessados em classificar quem fez e quem não fez obras. Em Santa Catarina, a amostra da confusão já se dá na dificuldade das principais siglas em escalar o time com que vão entrar em campo. E isso que, enquanto escolhem nomes, retardam a discussão sobre programas de governo. Sim, porque será quase impossível diferenciar propostas. Hoje, as maiores siglas catarinenses são governo, ou federal ou estadual. De modo que, será a primeira eleição em que todos os candidatos, quem quer sejam eles, mais do que planos, estarão obrigados a explicar porque as coisas não acontecem ou, no mínimo, porque demoram tanto a acontecer.

disputa interna

A deputada federal Angela Amin (PP) assumiu publicamente ontem de manhã em São Miguel do Oeste a condição de pré-candidata ao governo do Estado. Disse que se sentia mais leve desde que, na sexta-feira, em Lages, desafiada pelos correligionários em razão de seu desempenho nas pesquisas eleitorais, concordou em disputar. No dia anterior, em Criciúma, também teria sido tocada pelo apelo de jovem progressista para que os ensinasse a fazer política. “Eu não coloquei o meu nome para criar uma dificuldade a mais. Coloquei meu nome para que pudéssemos, efetivamente, fazer um exercício político. Chegou a hora de criarmos uma nova escola política, uma escola de conversa, de diálogo. É isso que a sociedade catarinense espera de nós neste momento”, discursou. O ônibus do PP, que pegou a estrada semana passada para movimentar a sigla em torno da pré-candidatura de Hugo Biehl, retornará à Capital, portanto, com as prévias na bagagem. De acordo com o presidente Joares Ponticelli, os dois pré-candidatos (em entrevistas na foto) se reunirão com a Executiva, no retorno da caravana, para discutir as regras da disputa interna.

Ex-adversários

O PMDB vai participar da administração de Jandir Bellini (PP) em Itajaí. É questão de dias para que sejam definidos os cargos que a sigla deve ocupar. Há boatos de que seriam em torno de 40. O prefeito havia mesmo programado a adesão do partido, que administrou junto com o antecessor Volnei Morastoni (PT), para o mês de julho. O presidente do PMDB no município, Omar Bernardino Rebello, confirma o acordo entre as siglas tradicionalmente adversárias. De acordo com o vereador Laudelino Lamin (PMDB) “tem uma hora em que se deve chegar a um entendimento, afinal, a eleição da acabou”. Itajaí está entre as maiores cidades administradas pelo PP no Estado.

Demanda judicial

O secretário da Fazenda, Antônio Gavazzoni, festejou a decisão do Tribunal de Justiça que permitiu ao governo reaver as ações da Celesc transferidas à Previ, caixa de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, por meio de debêntures da Invesc. Em valor atualizado, cerca de R$ 500 milhões. “Essa vitória é de interesse de toda a população catarinense, já que, com o acolhimento do recurso pelo Tribunal, as ações hoje em poder da Previ retornam ao comando do governo estadual”. Com o que, o Estado recupera três cadeiras no Conselho de Administração da Celesc. A movimentação do governo será agora, explicou ele, para rever os juros dos títulos da Invesc, considerados abusivos, e até para recuperar os dividendos pagos à Previ. A decisão também adia os riscos de privatização da Celesc.

Seguro

No primeiro semestre, o seguro desemprego foi concedido a R$ 4,1 milhões de brasileiros. Quase o dobro do mesmo período do ano passado. Pois tramita na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado um projeto do senador Raimundo Colombo (DEM) para que seja suspensa a cobrança de financiamento da Caixa a quem receba o benefício ou, seja, ao mutuário que estiver desempregado. Pela proposta, as prestações não pagas seriam refinanciadas. “A medida pode reduzir a inadimplência no sistema habitacional brasileiro”, aponta o senador, na expectativa de que o assunto seja retomado tão logo o Senado retorne do recesso.

Carne suína

A Fiesc e as agroindústrias traçam um plano para que a importação de fertilizantes da Rússia seja articulada em escala que garanta barganha na exportação da carne suína catarinense.

Movimento

Mais de 25 artistas movimentaram a primeira noite cultural na Casa Amarela, onde funcionam os escritórios regionais dos deputados petistas Ana Paula e Décio Lima, em Blumenau. Os Lima, a propósito, voltam a torcer para que, em abril, no prazo de desincompatibilização para as eleições de 2010, o catarinense Márcio Zimmermann emplaque na titularidade do Ministério das Minas e Energia. O técnico, contemporâneo de Décio Lima no colegial, foi cotado pela primeira vez quando Dilma Rousseff passou para a Casa Civil. Naquela ocasião, o PMDB sarneyzista levou com Édison Lobão.

Associação dos Diários do Interior - ADI/SC

Adriana Baldissarelli/Florianópolis e Siliana Dalla Costa/ Itajaí

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