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JPS Urussanga |
Enquanto o Ministro Chefe da
Casa Civil, Jacques Wagner, declara que o Governo Federal não tem um coelho na
cartola para tirar a República da crise econômica, os agentes do mercado
industrial já estão se movimentando desde que o cenário de depreciação cambial
prevaleceu nas casas de troca, onde o dólar passou a valer R$ 4,00. O que
Jacques Wagner não sabe é que os empresários industriais já estão se
movimentando na direção dos mercados internacionais, em busca de oportunidades
de negócios para o escoamento da produção antes voltada para o mercado interno
brasileiro.
As possibilidades de
reverter a recessão são muito baixas neste momento, porque o governo já acumula
dois anos seguidos de déficit fiscal, o que exige reduzir os estímulos por meio
da isenção de impostos. Para quem aposta na volta da expansão dos gastos
públicos, vale também considerar a alta inflação, batendo na casa dos dois
dígitos. Apesar da equipe deste governo acreditar na retomada do crescimento, o
ano de 2016 será de mudanças nas rotas de investimentos. O mercado projeta a
manutenção da alta do dólar no decorrer do ano, pois as reservas do Banco
Central já estão se esgotando. As perspectivas são de retomada da produção
industrial, bastante afetada pela recessão que persiste.
A mudança nos padrões de
consumo acontecerá em razão da perda de poder de compra da população
brasileira, enfrentando uma inflação de 11%, fato este que acende os sinais
vermelhos para o aumento de preços administrados. Fica ainda mais difícil para
a construção de poupança dos jovens. A desigualdade social apenas vai se
agravar nessa combinação letal de inflação, recessão e desemprego. Mas por onde
é a saída da crise? Como dar partida novamente no motor do crescimento
econômico? A resposta já está sendo orquestrada pelos operadores de mercado. O
caminho é a exportação. Com isto surge uma nova oportunidade tendo em vista a
retomada do investimento industrial.
Para o investidor
internacional, o Brasil é considerado um grande celeiro: mercado de alimentos,
muita soja, carne e bens naturais como ferro. Acontece que, sobretudo entre as
décadas de 30 e 70, já faoi erguida uma larga indústria de transformação em
diversas regiões do Brasil. Uma pequena parte dessa indústria resistiu aos
tempos de valorização do real. Desde a década de 80 vivemos um ciclo de queda
industrial, a chamada desindustrialização. Com o novo padrão da moeda
brasileira, surge a oportunidade da atualização de plantas industriais para
atingir mercados internacionais. Isto exigirá novos serviços, muita capacitação
profissional e a construção de novas redes de relacionamento com o empresariado
internacional. É uma pena ver o governo brasileiro distante dessa realidade da
inovação que afeta a sociedade brasileira.
* Mestre em Administração
Pública e Governo, Leandro Damasio é Secretário de Juventude do PPS Urussanga/SC.
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