terça-feira, 19 de janeiro de 2016

A SAÍDA É VIA SOFISTICAÇÃO INDUSTRIAL

JPS Urussanga
Enquanto o Ministro Chefe da Casa Civil, Jacques Wagner, declara que o Governo Federal não tem um coelho na cartola para tirar a República da crise econômica, os agentes do mercado industrial já estão se movimentando desde que o cenário de depreciação cambial prevaleceu nas casas de troca, onde o dólar passou a valer R$ 4,00. O que Jacques Wagner não sabe é que os empresários industriais já estão se movimentando na direção dos mercados internacionais, em busca de oportunidades de negócios para o escoamento da produção antes voltada para o mercado interno brasileiro.
As possibilidades de reverter a recessão são muito baixas neste momento, porque o governo já acumula dois anos seguidos de déficit fiscal, o que exige reduzir os estímulos por meio da isenção de impostos. Para quem aposta na volta da expansão dos gastos públicos, vale também considerar a alta inflação, batendo na casa dos dois dígitos. Apesar da equipe deste governo acreditar na retomada do crescimento, o ano de 2016 será de mudanças nas rotas de investimentos. O mercado projeta a manutenção da alta do dólar no decorrer do ano, pois as reservas do Banco Central já estão se esgotando. As perspectivas são de retomada da produção industrial, bastante afetada pela recessão que persiste.
A mudança nos padrões de consumo acontecerá em razão da perda de poder de compra da população brasileira, enfrentando uma inflação de 11%, fato este que acende os sinais vermelhos para o aumento de preços administrados. Fica ainda mais difícil para a construção de poupança dos jovens. A desigualdade social apenas vai se agravar nessa combinação letal de inflação, recessão e desemprego. Mas por onde é a saída da crise? Como dar partida novamente no motor do crescimento econômico? A resposta já está sendo orquestrada pelos operadores de mercado. O caminho é a exportação. Com isto surge uma nova oportunidade tendo em vista a retomada do investimento industrial.
Para o investidor internacional, o Brasil é considerado um grande celeiro: mercado de alimentos, muita soja, carne e bens naturais como ferro. Acontece que, sobretudo entre as décadas de 30 e 70, já faoi erguida uma larga indústria de transformação em diversas regiões do Brasil. Uma pequena parte dessa indústria resistiu aos tempos de valorização do real. Desde a década de 80 vivemos um ciclo de queda industrial, a chamada desindustrialização. Com o novo padrão da moeda brasileira, surge a oportunidade da atualização de plantas industriais para atingir mercados internacionais. Isto exigirá novos serviços, muita capacitação profissional e a construção de novas redes de relacionamento com o empresariado internacional. É uma pena ver o governo brasileiro distante dessa realidade da inovação que afeta a sociedade brasileira.


* Mestre em Administração Pública e Governo, Leandro Damasio é Secretário de Juventude do PPS Urussanga/SC. 

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