segunda-feira, 8 de março de 2010

Quatro cidades da região de BC tão perigando perder o Projovem Urbano e 400 alunos vão ficar sem o arrego

BOBEIRA

Ong contratada pelo governo federal não correu atrás da alunada


Balneário Camboriú, Navegantes, Itapema e Barra Velha correm o risco de perderem o Projovem Urbano, o programa do governo federal que dá escola, rango, capacitação profissional e mais R$ 100 pra rapaziada lascada que tem entre 18 e 19 anos. O motivo do cancelamento do projeto é a não presença da alunada, que se matriculou e não tá indo pra escola, explica Azael Batista, da coordenadoria especial da juventude do governo do estado. A responsabilidade por conseguir alunos seria de uma ong contratada pelo governo federal, que não estaria dando conta do recado e deixando a responsa pra cima das prefas.

O projeto é um arrego do governo federal, que funciona em parceria com o governo do estado e as prefeituras. A ong chamada Horizonte, que é de São Paulo, ganhou a licitação pra tocar o programa em Santa Catarina. As prefeituras e o governo do estado dão a estrutura física das escolas e a ong contrata os professores e sai correndo atrás da alunada.

Se não houver pelo menos 130 jovens frequentando as aulas, o programa é suspenso. Em Barra Velha, dos 373 inscritos, só 73 apareceram. Em Navega foram 432 matriculados e 92 esforçados tão indo pras aulas. Em Balneário Camboriú o número de matrículas chegou a 413, mas na hora do vamos ver só 114 resolveram frequentar as aulas. A relação entre matrículas e alunos presentes em Itapema é de 378 pra 105. Esses mais de 400 alunos esforçados, que ainda vão às aulas, vão ficar a ver navios se o programa se acabar.

Agora, as prefas estão num dilema. Pra manter o programa, caso não consigam o número mínimo de alunos, têm que bancar R$ 170 por estudante que se matriculou e não tá aparecendo, até o limite de 130. Pra se ter uma ideia, em Barra Velha, que ainda precisa correr atrás de 53 alunos, esse custo passaria dos R$ 106 mil por ano. “O governo do estado tenta achar uma solução e levantar essa verba, mas estamos numa sinuca de bico, porque este é um ano de eleição e não é possível repassar esse dinheiro para a Oscip, que executa o programa”, lamenta Azael. Oscip é a sigla para organização da Sociedade Civil de Interesse Público. Com esse tipo de certificação, as ongs podem prestar serviços ao governo e remunerar seus diretores.

A Horizonte é uma Oscip. O DIARINHO falou ontem pela manhã com Gualtiero Schlichting Piccoli, vice-presidente da entidade. Ele alegou estar em uma reunião e repassou o contato de uma agência de comunicação que faz a assessoria de imprensa.

O contato foi feito e mais tarde o DIARINHO recebeu uma nota oficial por e-mail. “As decisões estratégicas sobre o programa, assim como sua continuidade em quaisquer cidades atendidas, são de responsabilidade do próprio governo do estado, em conjunto com os municípios onde o projeto ocorre”, dizia a nota oficial, no bom estilo Pôncio Pilatos. Nenhuma das perguntas sobre quantidade de alunos matriculados e que estão indo à escola, qual ação está sendo feita para recuperar os estudantes e a que a direção da entidade credita a debandada dos jovens foram respondidas.

Azael alerta que o tempo limite pra manter os programas naquelas quatro cidades da foz do rio Itajaí é 15 de março. Depois disso, se a alunada não voltar ou as prefeituras não bancarem, é baubau tia chica.



Fonte: Diarinho do Litoral

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