POSTURA: RICHA EXONERA ENVOLVIDOS E COLOCA-SE À DISPOSIÇÃO DA JUSTIÇA

O prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), exonerou, na manhã de ontem outros três funcionários em comissão da prefeitura envolvidos na gravação em que ex-candidatos a vereador pelo PRTB, que desistiram da candidatura e se desfiliaram do partido, aparecem recebendo dinheiro em comitê formado para apoiar a reeleição do tucano.

O ex-vereador Luiz Carlos Déa, o Mestre Déa, foi desligado do cargo de assessor técnico da Secretaria Municipal do Esporte e Lazer. Também foram demitidos o gestor público Luiz Carlos Pinto, da Secretaria do Governo Municipal, e o assessor técnico Gilmar Luiz Fernandes. Outros dois funcionários públicos municipais de carreira, ligados ao grupo dissidente do PRTB, Cristiane Fonseca Ribeiro e Nelson Bientinez Filho, perderam função gratificada na prefeitura. Na semana passada, Beto exonerou os três primeiros envolvidos no escândalo: Manassés Oliveira, Raul D’ Araújo Santos e Alexandre Gardolinski.

À tarde, Beto foi à Procuradoria da República no Paraná, colocar-se à disposição do procurador regional eleitoral, Néviton de Oliveira, para qualquer investigação. “Todo homem público pode e deve ser investigado, vim pedir para que me investigue. Não tenho o que temer, todo mundo conhece minha conduta”, disse.

“Mas infelizmente meus adversários não agem dessa forma. O sucesso de nossa administração, os 77% de votos obtidos na última eleição, tudo isso incomoda meus adversários. Já tinha sido avisado que eles iriam atacar minha honra, para desconstruir a minha imagem. A minha honra é inatacável. Não aceito esse tipo de situação”, acrescentou.

Apesar de sua assessoria comunicar à imprensa que o prefeito atenderia à imprensa, Beto saiu do prédio sem responder a nenhuma pergunta dos jornalistas que o aguardavam, fazendo apenas um pronunciamento. “O que tinha que fazer, já fiz, demitir todos os envolvidos. Agora aguardo a conclusão das investigações e espero que se conclua o mais rápido possível.”

O procurador Néviton de Oliveira informou que já há investigação no âmbito do Ministério Público Eleitoral (MPF) desde o final da semana passada, mas que somente ontem o autor do vídeo, e da denúncia, Rodrigo Oriente, concluiu a sua representação.
“Esteve aqui uma pessoa que fez declarações de fatos que caso se confirmem, são graves”, disse. Néviton afirmou que, da documentação que analisou até agora, não há nada que relacione o caso ao prefeito Beto Richa. “O que existe é uma representação de uma pessoa, um processo inicial de investigação. No momento, não há crime, não há nada contra ninguém”, disse.
Néviton informou que espera concluir a análise dos autos em dois dias para solicitar à Polícia Federal a abertura de inquérito. “Mas já me adiantei e pedi à Polícia Federal que faça uma perícia em todas as gravações que recebemos”, concluiu.Na Câmara Municipal, os vereadores de oposição enviaram ao protocolo o pedido de instalação de CPI. Seis vereadores já assinaram o pedido, que precisa de 13 assinaturas para tramitar.

A oposição também tentou votar pedido de informações ao prefeito, mas a mesa da Câmara prolongou o grande expediente com a presença do secretário Anti-Drogas, Fernando Franscischini, atrasando a ordem do dia, o que impediu a discussão. Até o fechamento desta edição, o requerimento da oposição não fora votado.

Fonte: Paraná On line