domingo, 3 de maio de 2009

O PEDÁGIO E A CAVEIRA

A Autopista Litoral Sul está treinando os empregados que vão atuar na praça de pedágio de Porto Belo da BR-101 Norte. As cancelas já funcionam. Iniciará a cobrança da tarifa em alguns dias. Os valores até que são razoáveis e a cobrança de pedágio tem sido o mecanismo mais eficaz na Europa, América do Norte e Ásia para manter as estradas seguras, limpas e sinalizadas.Há, contudo, um problema que já preocupa. O efetivo cumprimento do contrato pela concessionária espanhola.
O Brasil já tem a mentalidade do atraso, daqueles que preferem manter o morticínio a viajar com mais segurança e conforto. E a cultura dos políticos que preferem abraçar causas populistas de olho nos votos do que liderar movimentos pautados pela razão.
Um exame do trecho Norte da BR-101 mostrará que a Autopista Litoral Sul vem trabalhando há meses. Mas o que se tem visto é mais maquiagem do que melhorias reais da pista. A concessão outorgada prevê 30 quilômetros de terceiras faixas, 79 quilômetros de vias laterais, 97 quilômetros de variantes e contornos, cinco praças de pedágio, oito postos de atendimento ao usuário, recuperação de toda a extensão da rodovia e reforma dos postos de pesagem. De todas estas obrigações, o que está pronto mesmo é a praça de pedágio.
Se a Autopista Litoral Sul quer assumir com seriedade e transparência a manutenção da rodovia, deve atentar, antes de acionar todas as praças de pedágio, para a indispensável prestação de contas. Mostrar de forma clara aos usuários quais as exigências do contrato e o que foi cumprido. Sob pena de colocar em risco esta nova experiência e sofrer contestação judicial na concessão de 25 anos.Afinal de contas, nas cinco praças de pedágio em todo o trecho de 382 quilômetros, a estimativa é de tráfego de 365 mil veículos por dia.
Artigo do jornalista Moacir Pereira, Jornal Santa (02/05/2009)

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