domingo, 31 de maio de 2009

8 ANOS DE PPS*


Há oito anos atrás, eu ingressava no Partido Popular Socialista de Santa Catarina, no ato de filiação que foi realizado no Encontro Estadual do Partido, na cidade de Lages-SC, tive a honra de ter como "padrinhos de filiação" o deputado Jaime Duarte, então presidente estadual da sigla, e do ex-prefeito da capital, Sérgio Grando e nosso pré-candidato ao governo do estado.

Em Santa Catarina lançamos de forma ousada e comprometida com a proposta nacional do Partido, o nome de Sérgio Grando, onde contou ativamente com as lideranças da Juventude para levantar as bandeiras do PPS e fortalecer nossa opção à Presidência da República.

A JPS-SC se reorganizava em Lages, aprovou-se uma Comissão Provisória Estadual, tendo como seu presidente, João Passos, de Balneário Camboriú, e na oportunidade assumi a secretaria geral da Juventude Estadual.

No Brasil de 2001, às véspera da disputa sucessória para a Presidência da República , a conjuntura nacional mostrava que o segundo mandato de FHC caminhava para seu término em apatia, de um governo que não conseguiu implementar uma estratégia de reformas profundas, mesmo tendo sido sucessor do governo que implantou o Plano Real, criado no governo Itamar Franco, e exercido a função de ministro da Fazenda. Foi um momento de importante consolidação cambial do país, unindo forças que entenderam o momento dramático em que o Brasil vivia e propondo a união das forças políticas em torno de um governo de coalizão, à época, o PT manteve-se na radical oposição, perseguindo lideranças como a ex-prefeita de S. Paulo Luiza Erundina, que entenderam a responsabilidade de todos pela Nação, a liderança do governo foi exercida por Roberto Freire.

É certo que os oito anos de Fernando Henrique Cardoso foram turbulentos, com várias crises internacionais que acabaram por atingir o país, entretanto, faltou um pacto de alianças e transformações no campo das reformas. Mesmo assim, dentro do próprio governo, surgem setores que pugnavam pela tomada de uma agenda propositiva e que fortalecesse as transformações requeridas e pujantes pelo povo, o então ministro da Saúde, José Serra, defendia uma retomada desta construção agora com o foco dirigido para áreas que ao longo dos oito anos de FHC tiveram poucos avanços.

O PPS trabalhava para formar uma agenda de unificação de todas as forças democráticas e de esquerda do país, acreditando que o Diálogo Nacional, "sustentado por amplo debate consensuado, e ao final, pregava a realização de prévias para a escolha do candidato ao Palácio do Planalto em 2002, bastando para a sua realização, tão somente, que as mesmas forças políticas deixassem prá trás qualquer traço de hegemonismo e arrogância política (Manifesto Político do PPS em março de 2001 0 Unir para mudar o Brasil).

O Partido em 2001, discutiu a complexa realidade do país e conclui pela necessidade de se articular, novamente, uma outra aliança, igualmente ampla, só que para atingir outro objetivo, o de uma sociedade ainda mais democrática, justa do ponto de vista social, ambientalmente equilibrada e que tivesse capacidade para levar a todos os brasileiros os benefícios do progresso, da ciência e da cultura.

Percebe-se que o Brasil de 2009 ainda tem muito a conquistar, e o PPS reafirma seu compromisso com as transformações necessárias e urgentes, renovando a necessidade de construir um novo país, mais solidário entre os seus segmentos sociais, mais equitativo economicamente e mais harmônico quanto ao desenvolvimento entre as suas regiões.

Às vésperas da eleição que elegeu Lula, onde ingressamos para participar ativamente das ações de mudança, e logo à frente vimos o continuísmo e o descompromisso, o PPS chega às vésperas dos oito anos do governo petista denunciando o aparelhamento e centralização das políticas públicas, os tímidos avanços e a remodelação de programas que existiam já em 2002, mantendo-se a cátedra econõmica de outrora e não ousando nas reformas que tanto precisam para o Brasil avançar.

O manifesto de 2001 é tão lúcido que reforça como firmamento para consolidarmos o Bloco Reformista e Democrático, abrindo o olhar para a ampliação da própria democracia e as alterações profundas na estrutura sócio-econômica arcaica, montada pela hegemonia de nossas elites ao longo dos séculos.

"Discursos apenas não bastam, posicionamentos ideológicos reducionistas são insuficientes; vitória eleitoral episódica e a qualquer custo pode transformar em jogo vazio e oportunista; não cabe na estratégia que propomos qualquer visão de cunho salvacionista. Conforme o PPS sempre caracterizou em seus encontros e documentos, só a montagem de um novo bloco de poder, com forças políticas renovadas, pode dar conta desta hercúlea tarefa histórica". (DN do PPS - 2001).


* Alisson Luiz Micoski, presidente da JPS-SC e membro da Coord. Eleitoral em SC

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