Para ele “há assuntos mais importantes no momento,” mas ele e Dilma participam de seminário
O governador de São Paulo, José Serra, criticou a precipitação do debate sucessório presidencial, por julgá-lo inoportuno, diante de questões mais agudas e atuais para serem discutidas antes de se pensar em quem será o próximo Presidente. A declaração de Serra foi feita logo após se reunir com a ministra Dilma Rousseff no Palácio dos Bandeirantes, ontem. Antes, porém, ambos participaram de seminário anti-crise promovido pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em São Bernardo.
Sobre a conversa com Dilma, Serra disse que ela foi curta e envolveu vários temas. "Trocamos idéias gerais sobre programas conjuntos do governo do Estado e do governo federal", limitou-se a dizer o governador paulista. Para ele, há muitos problemas urgentes para serem resolvidos diante da crise econômica mundial e não há tempo para fazer campanha política. "Não dá tempo de governar e fazer campanha, eu escolho governar", afirmou. A afirmação de Serra coincide com recente colocação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que criticou a intenção do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, de fazer viagens pelo país discutindo um "projeto para o Brasil.” A propósito, Aécio vem insistindo junto aos dirigentes e líderes do PSDB em favor da realização de prévias para escolha do candidato, ao mesmo tempo que debate a conjuntura e traçar estratégias.
Um debate
Serra e Dilma acabaram dialogando sobre alternativas para enfrentar os efeitos da crise financeira internacional no Brasil. Em evento, em São Bernardo do Campo, no Grande ABC paulista, eles falaram, trocaram algumas discretas farpas e destacaram suas gestões. Dilma comparou os combates às crises lideradas pelo presidente Lula e pelo governo tucano passado. "O governo sempre foi parte do problema em todas as crises antes desta. Vinha o câmbio, a saída brutal de capitais, e o governo quebrava. Recorria ao FMI, que impunha um receituário recessivo", disse Dilma. Hoje o governo é parte da solução, porque pode fazer política fiscal e monetária.” Falou das medidas tomadas, diminuição dos porcentuais de depósito compulsório a serem recolhidos pelos bancos ao Banco Central. "O governo (Lula) não precisou sacar do Tesouro Nacional para injetar liquidez na economia. Nossa política fiscal pode se concentrar na geração de renda e na desoneração tributária", disse. Serra defendeu o governo tucano de FHC, do qual foi ministro. Falou sobre o saneamento do sistema financeiro, por meio do plano de salvamento de bancos, o Proer, e o papel anticíclico dos bancos públicos. Dilma ainda defendeu que os Estados e municípios têm agora, graças ao governo federal, melhores condições financeiras. Serra, por seu turno, lembrou a descentralização dos investimentos federais para dar mais fôlego a investimentos decididos localmente. Ambos também falaram sobre ações dos governos que integraram e integram sem questionamentos ou debate, mas cada um fazendo a sua parte.
Fonte: Política para políticos
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