
Em alguns casos, as brincadeiras ficam apenas no habitual constrangimento, mas são comuns os relatos de tratamento violento que acabam resultando em danos físicos, intoxicação por uso de substâncias tóxicas, queimaduras e até afogamento.
Na última semana, no município paulista de Santa Casa do Leme, um estudante do curso de medicina veterinária foi parar no hospital por coma alcoólico, depois de ter sido obrigado a ingerir bebida alcoólica e ser amarrado em um poste.
Houve relatos de que os calouros teriam sido obrigados a nadar em lama e tomar banho com animais mortos e estrume. No dia seguinte, as fotos da brincadeira foram parar na internet.
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde as aulas só começam em março, já trabalha com a possibilidade de que problemas possam surgir. Segundo o diretor para Assuntos Estudantis, Seme Gebara Neto, a partir deste ano, os calouros poderão relatar casos de humilhação. “Não terá caráter de polícia, os alunos poderão procurar o DAE (Diretório para Assuntos Estudantis) e falar do caso, sem se expor.
A partir daí, a universidade vai verificar o melhor caminho a ser tomado”. Seme admite a dificuldade de encontrar alunos dispostos a denunciar os maus tratos, já que muitos temem represálias dos mais antigos.
Para tanto, a universidade dá apoio aos Diretórios Acadêmicos que organizam trotes solidários. “Os trotes abusivos não recebem apoio dos DAs. São movimentos de grupos isolados de estudantes, que acabam tomando força”.
O diretor ressalta, no entanto, a importância de que o aluno que se sentir constrangido denuncie. “Ele precisa ter a consciência de que ele tem todo o direito de dizer não”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário