sábado, 5 de abril de 2008

LHS E SUA PROMESSA SOBRE O FIM DA AMBULÂNCIOTERAPIA

Crueldade na Saúde
Quando exerceu a medicina de uma forma altruísta, com muita paixão, atualização científica permanente, vida plena dedicada à profissão e atendimento igual e humano a todos os pacientes, sem qualquer distinção, o dr. Alfredo Daura Jorge idealizou a criação do Centro de Pesquisas Oncológicas.
Vivia estudando, procurando novos medicamentos e participando de todos os congressos médicos internacionais, sempre na esperança de minorar o sofrimento dos pacientes portadores de câncer ou, como aconteceu em milhares de casos, assegurar-lhes a cura ou sobrevida com alguma qualidade de vida.
Com seu prematuro desaparecimento, o Cepon ganhou diretores que procuraram manter a mesma tradição e engrandeceu-se com a adoção de seu nome. Veio a Fundação de Apoio ao Hemosc e Cepon (Fahece) e os inúmeros depoimentos que se tem de milhares de pacientes sempre foram os melhores.
A qualidade técnica da equipe é motivo de justos elogios; o nível humano da assistência por todos os servidores, alvo de testemunhos insuspeitos.
O Cepon transformou-se, nestes últimos anos, numa referência nacional para os pacientes com câncer. Com a construção da moderna unidade hospitalar e ambulatorial na estrada da Lagoa da Conceição, arquitetura moderna e funcional e instalações adequadas para os doentes, multiplicaram-se as esperanças de elevação da assistência e do padrão de cobertura.
A reforma administrativa do governo Luiz Henrique propôs a transformação de Hemosc e Cepon em Organização Social. O secretário Dado Cherem tornou-se um defensor intransigente do projeto. Os servidores mobilizaram-se dentro e fora da Assembléia para evitar esta alternativa, denunciando que ela levaria à privatização.
Lamentável
O que vem ocorrendo no Hospital do Cepon nestes últimos dias é absolutamente inaceitável. Conta com 32 leitos e apenas 11 estão com pacientes internados. Doentes em estado terminal foram liberados em condições indignas, segundo denuncia o Sindicato dos Servidores da Saúde, em extenso relatório distribuído à imprensa.
Fatos que mostram, de um lado, a omissão da Secretaria Estadual da Saúde em relação a uma questão de tamanha sensibilidade humana. De outro, a mais completa falta de planejamento dos dirigentes destas instituições, em seus diferentes níveis.
Se o contrato de gestão firmado em dezembro previa a dispensa de todos os médicos estagiários, como ocorreu agora, em abril, por que não se providenciou em tempo o processo seletivo dos novos médicos? Doentes com algum tipo de câncer chegam sempre aos ambulatórios e aos hospitais na mais absoluta fragilidade física e psicológica. Familiares e amigos sofrem todos com eles.
Protelar ou impedir atendimento a estes pacientes, seres humanos, irmãos nossos, é mais do que um ato de crueldade. É quase um delito contra a vida, por indiferença, ação ou omissão.

Nenhum comentário: