Não tomei a decisão sozinho, diz Delúbio da Folha Online
O ex-tesoureiro PT Delúbio Soares afirmou em depoimento à Justiça Federal em São Paulo que teve o aval da Executiva Nacional do PT para resolver as dívidas do partido relacionadas ao escândalo do mensalão, informa neste sábado reportagem da Folha.
O ex-tesoureiro PT Delúbio Soares afirmou em depoimento à Justiça Federal em São Paulo que teve o aval da Executiva Nacional do PT para resolver as dívidas do partido relacionadas ao escândalo do mensalão, informa neste sábado reportagem da Folha.
Delúbio é um dos 40 réus da ação penal do mensalão e responde pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha.
A reportagem da Folha teve acesso ao interrogatório do ex-tesoureiro prestado na última quinta-feira à juíza Sílvia Maria Rocha, da 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo. "Primeiro, não é verdade que eu tomo decisão sozinho", disse Delúbio.
Segundo a reportagem, Delúbio disse que a Executiva do partido tinha pedido para encontrar uma solução para as dívidas da campanha de 2002. O ex-tesoureiro contou ainda que fez uma reunião com a Executiva para relatar a dívida de R$ 26 milhões.
Por meio de sua assessoria, o PT afirmou que o partido "não analisará o conteúdo de cada depoimento isoladamente, preferindo aguardar o conjunto das declarações para conferir a consistência com os registros contábeis e atas de reuniões das instâncias partidárias".
Durante o depoimento, que durou cerca de duas horas, o ex-tesoureiro negou a existência do mensalão e inocentou o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) de envolvimento no esquema denunciado pela Procuradoria-Geral da República que financiava parlamentares do PT e da base aliada em troca de apoio político. O petista é acusado de corrupção ativa e formação de quadrilha.
Delúbio respondeu somente às perguntas feitas pela juíza. Por estratégia da defesa, preferiu ficar calado quando questionado pelos procuradores e advogados de outros réus do processo.
Uma das perguntas que Delúbio se recusou a responder foi sobre a participação de reuniões com outros réus no processo.
Quando questionado pela juíza, o petista admitiu que pediu empréstimos ao Banco Rural e ao BMG com o objetivo de pagar a festa da primeira posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, viagens de militantes e gastos de campanha. Afirmou também que Dirceu não tinha conhecimento das operações.
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