terça-feira, 25 de maio de 2010

Brasil, o país dos impostos

O tamanho da conta que pagamos
Empresários de Blumenau distribuem bolo para protestar contra impostos em excesso
No Dia da Liberdade de Impostos, o consumidor tem uma boa e uma má notícia. A boa: os brasileiros sabem que pagam impostos invisíveis, disfarçados no preço dos produtos. A ruim é que não têm ideia do quanto esses tributos pesam no bolso todos os dias. Estudo encomendado pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) chegou à conclusão de que a carga tributária indireta do país, aqueles impostos que vêm diluídos no preço das mercadorias, chega a 55% do total pago a cada ano. Significa dizer que de cada R$ 100 movimentados em tributos e taxas, R$ 55 não podem ser percebidos diretamente pelos consumidores.
Em Blumenau, para tentar mudar esta percepção, um bolo de 15 metros vai ser distribuído à população a partir das 11h30min, junto à escadaria da Catedral São Paulo Apóstolo, na Rua XV de Novembro. No bolo estarão inscritos todos os tributos vigentes no Brasil. Em paralelo, serão apresentados o Feirão do Imposto, com exemplos de produtos com alta carga tributária, e um Impostômetro, que calcula quanto o brasileiro já pagou em impostos no ano. A programação é organizada pelas entidades empresariais do município.
Energia elétrica tem maior parcela de impostos imbutida
– Os brasileiros em geral não sabem quanto pagam de impostos indiretos porque os governos se recusam a dar essa informação. O sistema é montado para enganar o contribuinte – explicou o economista André Rebelo, coordenador da pesquisa.
Os impostos indiretos incidem sobre o consumo e em geral são integralmente repassados ao consumidor. O principal deles é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), cobrado pelos Estados. Mas há outros, como ISSQN (municipal), PIS Cofins e IPI (federais).
A Fiesp pesquisou 10 produtos em 70 cidades do país. A conta mais alta ficou com a fatura de energia elétrica: de cada R$ 10 gastos todo mês com a luz, R$ 6,46 são de impostos e taxas que são embutidos no preço final. A máquina de lavar roupas e o sabão em pó consumiram quase a mesma coisa em impostos indiretos: R$ 5,51 e R$ 4,50 respectivamente.
– Pode parecer incrível, mas o simples ato de acender a luz de manhã detona uma engrenagem de arrecadação de impostos que só vai ter fim quando o dia acabar – afirmou Fernando Steinbruch, diretor do Instituto Brasileiro de Pesquisas Tributárias (IBPT).
Fonte: Jornal de Santa Catarina

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