O tamanho da conta que pagamos
Empresários de Blumenau distribuem bolo para protestar contra impostos em excesso
Empresários de Blumenau distribuem bolo para protestar contra impostos em excesso
No Dia da Liberdade de Impostos, o consumidor tem uma boa e uma má notícia. A boa: os brasileiros sabem que pagam impostos invisíveis, disfarçados no preço dos produtos. A ruim é que não têm ideia do quanto esses tributos pesam no bolso todos os dias. Estudo encomendado pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) chegou à conclusão de que a carga tributária indireta do país, aqueles impostos que vêm diluídos no preço das mercadorias, chega a 55% do total pago a cada ano. Significa dizer que de cada R$ 100 movimentados em tributos e taxas, R$ 55 não podem ser percebidos diretamente pelos consumidores.
Em Blumenau, para tentar mudar esta percepção, um bolo de 15 metros vai ser distribuído à população a partir das 11h30min, junto à escadaria da Catedral São Paulo Apóstolo, na Rua XV de Novembro. No bolo estarão inscritos todos os tributos vigentes no Brasil. Em paralelo, serão apresentados o Feirão do Imposto, com exemplos de produtos com alta carga tributária, e um Impostômetro, que calcula quanto o brasileiro já pagou em impostos no ano. A programação é organizada pelas entidades empresariais do município.
Energia elétrica tem maior parcela de impostos imbutida
– Os brasileiros em geral não sabem quanto pagam de impostos indiretos porque os governos se recusam a dar essa informação. O sistema é montado para enganar o contribuinte – explicou o economista André Rebelo, coordenador da pesquisa.
Os impostos indiretos incidem sobre o consumo e em geral são integralmente repassados ao consumidor. O principal deles é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), cobrado pelos Estados. Mas há outros, como ISSQN (municipal), PIS Cofins e IPI (federais).
A Fiesp pesquisou 10 produtos em 70 cidades do país. A conta mais alta ficou com a fatura de energia elétrica: de cada R$ 10 gastos todo mês com a luz, R$ 6,46 são de impostos e taxas que são embutidos no preço final. A máquina de lavar roupas e o sabão em pó consumiram quase a mesma coisa em impostos indiretos: R$ 5,51 e R$ 4,50 respectivamente.
– Pode parecer incrível, mas o simples ato de acender a luz de manhã detona uma engrenagem de arrecadação de impostos que só vai ter fim quando o dia acabar – afirmou Fernando Steinbruch, diretor do Instituto Brasileiro de Pesquisas Tributárias (IBPT).
Fonte: Jornal de Santa Catarina
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