sexta-feira, 23 de novembro de 2007

ARTIGO


Eu vou a luta com essa juventude

Por Eduardo Assis*

O tema acima foi inspirado em um trecho da musica do grande Gonzaguinha e retratava um período da nossa historia onde a juventude tinha o seu papel na sociedade como fator transformador, contagiando a todos com seu espírito de liberdade, ousadia e o seu patriotismo quase heróico.


Durante as décadas de 60 e 70 ser jovem no Brasil era sinônimo de rebeldia, ação política, devido às censuras impostas pelo governo militar (muitos políticos dessa época ainda estão em atividade agora vestidos com a roupa da ética e do bem comum, instalados em partidos de direita). Escolas, universidades, grupos de jovens ferviam com as idéias consideradas subversivas (quase todos jovens dessa época eram comunista, ou considerados comunistas).


Infelizmente o tempo passou e a juventude se afastou da militância, deixou de acreditar em sonhos, não se anima mais com o desafio, nem sabe o significado de utopia. Pesquisas feitas comprovam que para a maioria dos jovens, política faz parte do seu cotidiano e ele reconhece a sua importância, todavia acredita que ele não faz parte da política. Os jovens afirmam não acreditar que os políticos representem os interesses da população e tem uma imagem negativa da maioria dos políticos e das instituições.

Com o afastamento da juventude dos campos da idéias ocorreu o que estamos assistindo na atualidade, universidades pouco politizadas, representantes estudantis desacreditados e desonestos, uma UNE trabalhando de forma partidária e irracional, a diminuição significativa de grupos de jovens na igreja católica, a não existência de grêmios estudantis nas escolas, ex atores do pior período da historia brasileira, os ditadores que matavam pais de família hoje pousando de bons moços, lutando pela redução de impostos, indignados com corrupção (me da até nojo!).


A juventude tem o dever de exercer seu papel social, a sociedade tem a obrigação de incentivar esses jovens a participar da vida política, os governantes têm de oportunizar o acesso à informação e uma educação de qualidade para que o jovem possa se sentir preparado para os desafios da vida, porém principalmente cabe aos professores o papel de ensinar, não apenas passar conhecimento mais ensinar as crianças e adolescentes os desafios da vida, a formação do caráter, o espírito de coletividade o amor pela política e pela transformação social.


É na escola que acontece o primeiro contato com a política, através da participação de grêmios, movimentos estudantis. O estudante inicia a formação de uma consciência política que leva a uma militância para, reivindicação de melhorias para a escola, para a sua comunidade, para a sua cidade e para seu país.


Por isso a escola é fundamental na vida de nossas crianças e é dever de todos lutarem por escolas de qualidade, com professores qualificados e incentivados a ensinar, educandários com condições de higiene e preservação dignas de seu papel, pois é lá o ventre de todos os sonhos de mudança que todo cidadão almeja.


A igreja deve dar papel de destaque para que o jovem possa exercer seu protagonismo e ela como instituição religiosa ter a capacidade de agregar ao caráter noções de amor, respeito. São João Bosco ao cuidar dos milhares de jovens na periferia de Turim já alertava a todas as autoridades que “Não há jovens ruins, se há foi porque não houve nenhum adulto que intercedesse”.


Com esta frase só podemos chegar a uma conclusão, é obrigação de todos nós darmos chance aos jovens para que eles retornem a ter papel fundamental na historia desse país, sermos fomentadores e incentivadores da renovação.


No próximo ano teremos eleição para prefeito e vereadores, portanto é um momento oportuno de perguntarmos;

Quantos partidos darão oportunidades aos jovens ?
Quantos serão candidatos pela primeira vez?
Quantos votos ganharão esses novos candidatos?

Muitos falam de mudança e da falta de jovens na política, mas poucos têm coragem de mudar e acreditar no novo.

Gonzaguinha acreditava;
“Eu acredito é na rapaziada, que segue em frente e segura o rojão.
Eu ponho fé é na fé da moçada, que não foge da fera e enfrenta o leão.
Eu vou na luta com essa juventude, que não corre da raia a troco de nada.
Eu vou no bloco dessa mocidade, que não ta na saudade e constrói, a manhã desejada”.



Eduardo Assis é bacharel em Direito, presidente municipal da JPS e secretário geral do PPS de Itajaí-SC

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