Representantes de seis partidos estabelecem calendário para avaliar proposta de coligação
Alessandro Bonassoli
Especial ANC
A articulação da esquerda para recriar uma coligação com chances de reconquistar a Prefeitura da Capital – à exemplo da Frente Popular, que elegeu em 1993 o agora deputado estadual Sérgio Grando – ganhou um novo capítulo na noite da última quinta-feira. Representantes de seis partidos estabeleceram um calendário de reuniões para definir em 2008 um projeto de governo.
MetaObjetivo do grupo é reconquistar a Prefeitura de Florianópolis na eleição de 2008Segundo a vereadora Angela Albino (PC do B), a sua legenda junto com PDT, PSB, PPS, PV e PTB querem discutir em seminários as “perspectivas futuras” da ainda embrionária coligação. “Somos todos partidos independentes, mas temos muitas semelhanças e há um desejo coletivo de estabelecer um projeto único”, comentou. Na opinião dela, que é pré-candidata do PC do B para a Prefeitura, a estratégia dos seminários “é mais rica”.Angela vê uma homogeneidade entre as siglas, apesar das diferenças que as separam e de todos ainda estarem tomando muito cuidado ao expor as respectivas pretensões. “Com estes debates, vamos despersonalizar as idéias para ir amalgamando as idéias e termos um projeto em comum. Não queremos ser como as demais coligações, que sempre têm um partido à frente e os outros são meramente agregados. Queremos que não seja em torno de figuras específicas”, explicou a vereadora.Com esta linha de pensamento, a parlamentar reafirma que pode até não ser ela a candidata da Frente à Prefeitura, apesar de seu nome ter surgido em uma pesquisa eleitoral recente. “Isso é uma radiografia do momento, mas em política o que é tendência hoje pode ter outra formatação ali na frente”, disse Angela Albino.
Presidente do PPS sugere uma revisão de bloco
Reconduzido à presidência do PPS de Florianópolis na última terça-feira, Antônio Gonçalves Filho, o Toninho, se mostra reticente sobre a idéia de remontar a Frente Popular. Para ele, o bloco que elegeu em 1993 o agora deputado estadual Sérgio Grando como o primeiro prefeito da esquerda na Capital, precisa ser revisto. “O que é popular hoje em dia? Com a globalização tudo mudou, incluindo os partidos. Como era naquele tempo, a frente está fora da realidade atual”, comentou.Toninho é pré-candidato à Prefeitura apoiado pelo diretório da Capital e crê que a legenda pode ser o diferencial nas próximas eleições municipais. Para isso, ele conta com uma “chapa forte” para vereadores – o PPS tem uma nominata de 50 pré-candidatos à Câmara – e o retorno de integrantes históricos da sigla, como Jerônimo Machado, Antônio Romão e Geraldo Vieira. Estes fatores somados à nova militância, na opinião do presidente, têm tudo para alavancar sua candidatura.A vereadora Angela Albino, pré-candidata pelo PC do B, não vê com temor a intenção de Toninho em concorrer à sucessão de Dário Berger (PMDB). “A construção da frente é um processo muito delicado. Cada partido tem suas prioridades. Mas não há nada definido. Usando uma linguagem mais nova, não estamos nem namorando ainda. Estamos ficando e olha lá”, comentou. No entanto, a parlamentar considera o partido de Toninho uma peça-chave na eventual montagem da frente de Esquerda. “Para nós, o PPS é fundamental. Temos interesses e projetos em comum para a cidade. E, na política, nada que é frutífero é fácil. Tudo se leva tempo”, concluiu.
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