O jornalista acompanhava o governador em todas as viagens. Inclusive tinha acesso à agenda particular e participava das reuniões em Florianópolis na sede do governo”. Nessas reuniões, segundo Borges, eram discutidas questões para a campanha de reeleição.
Os alvos eram os prefeitos e deputados da oposição, que eram induzidos a falar bem do governo LHS. Um dos prefeitos que questionou as entrevistas foi o de Tubarão, Carlos José Stüpp (PSDB). “Ele desconfiou que estivesse sendo induzido a falar bem do governo e me questionou”, relembra Borges.
Os prefeitos eram entrevistados agradecendo as obras e assinavam um documento liberando o uso das imagens, porém não ficava claro em quais circunstâncias o material seria usado. Outro prefeito que questionou a equipe foi o de Rio do Sul. Milton Hobus, eleito pelo PP. Hobus também teria questionado o jornalista sobre a finalidade das gravações. Os dois prefeitos estavam certos, como garante o jornalista “o material seria utilizado para a campanha a fim de desestruturar os oposicionistas do governador”. Ao todo foram gravadas 80 fitas com três horas cada. As gravações começaram dia 16 de novembro de 2004, e duraram até 16 de janeiro de 2006.
No Rio de Janeiro, os cinegrafistas foram gravar a “primeira-filha”, Márcia Mél, que se apresentava na peça de teatro “Cleópatra”. O jornalista questiona informalmente a relação, “como é que a filha do governador conseguiu patrocínio cultural do governo do Estado para a peça?”. “No jatinho do governo, viajaram para o Rio de Janeiro a família do governador e os cinegrafistas que também eram pagos pela campanha ‘Santa Catarina em Ação’”. O espetáculo, depois de gravado “era totalmente editado e transformado em DVD pela DPM Cine Vídeo, e o que se ouvia pelos corredores da produtora era que esses trabalhos extras, cobrados pelo governador, eram pagos pela campanha publicitária Santa Catarina em Ação.
Segundo Borges, a própria Denise Broch afirmava “O Santa Catarina em Ação é o nosso tapa furo, coloca como custo de produção da campanha”, determinava a proprietária da produtora.Outros vínculos com o governo do Estado foram anexados ao processo. Constam diversos e-mails enviados por Denise Broch onde agendas serviam de roteiro aos serviços a serem realizados. Também foram anexadas fotografias, declarações de testemunhas, agendas particulares entre outros documentos.
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