O Senado da República, por intermédio da maioria dos senadores (41, pra ser mais exato), mandou ontem um recado muito claro para os brasileiros: vamos acabar com essa patacoada de honestidade, de ética, de respeito às leis. Isto é coisa para otários.O que está valendo, segundo esses senhores, é a esperteza, o jogo de cartas marcadas e a putrefata confusão entre a coisa pública e a privada.
O senador Neuto de Conto (PMDB-SC) estava disposto a votar pela cassação, “desde que apresentem provas cabais”. Ora, ninguém chega à presidência do Senado (exceto talvez o Severino), deixando impressões digitais em todo lugar. E mesmo as provas que a tal perícia da PF disse que eram fajutas, os amigos do Renan dizem que eram sólidas.
Como se fossemos todos desprovidos de cérebro.
A senadora Ideli cumpriu, como sempre, seu papel de líder do governo. Se Lula quer proteger, a qualquer custo, o aliado (cúmplice?) Renan, então Ideli fará, das tripas, coração, para cumprir sua tarefa. Ela parece não se importar muito com o desgaste que poderá sofrer junto ao eleitorado. Afinal, está em alta com quem, no fundo, realmente interessa, que é o presidente da República.
A palhaçada de fazer uma sessão com microfones desligados (os oradores tiveram que gritar para serem ouvidos no plenário), de criar um clima opressivo de grave ameaça à segurança nacional, precisa ser lembrada, estudada e avaliada sempre.
Não fará bem para o nosso amadurecimento democrático se varrermos, para debaixo do tapete da memória, os acontecimentos de ontem.
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